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Estratégia

A “Estratégia Kamikaze” da Amazon que transformou uma quase falência em um império bilionário

Adriano Caetano

5min de leitura

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Uma coisa é fato: a Amazon está evoluindo, aprendendo, errando, corrigindo, se adaptando, arriscando e investindo há mais de 30 anos. Afinal, nasceu em 1995 como uma livraria e não no formato de marketplace que conhecemos atualmente.

Mas em que momento a Amazon deixou de ser “apenas” uma loja virtual para virar a chave we oferecer produtos de concorrentes, ampliando seu portfólio e aumentando as receitas? Entenda…

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Breve história e seu divisor de águas

A Amazon, fundada por Jeff Bezos com o slogan Earth’s Biggest Bookstore, rapidamente abriu seu capital e se tornou uma referência no varejo virtual, incomodando as livrarias tradicionais. Ao lançar a Amazon AWS em 2000, entrou com força no mercado de computação em nuvem e outsourcing de infraestrutura, transformando a forma como as empresas consomem serviços de tecnologia. Outro passo marcante foi a criação da assistente virtual Alexa, que acelerou o avanço da inteligência artificial no cotidiano dos consumidores e obrigou concorrentes como a Apple a reagir rapidamente.

Além disso, a vocação original de “maior livraria do mundo” se manteve firme e evoluiu quando o Kindle foi lançado em 2007, revolucionando o mercado de ebooks. A Amazon passou a vender não só livros físicos, mas também conteúdos digitais, o que representou uma mudança total de paradigma na forma de consumir livros, assim como já havia acontecido com músicas e filmes.

Amazon.bomb

Você já ouviu falar na expressão acima? Tudo que a Amazon passou nos últimos 30 anos poderia não ter acontecido se não fosse uma atitude bastante controversa de Bezos em 2001, indo contra conselheiros e investidores. Naquele momento, a empresa passava por uma enorme crise, com suas ações caindo mais de 90%, e Wall Street apelidando esse período de “Amazon.bomb”. A companhia estava à beira do colapso, com um prejuízo de US$ 1,4 bilhão e 1.300 funcionários demitidos.

Estratégia kamikaze

Diante das incertezas e dificuldades, Jeff tinha poucas chances de erro e decidiu arriscar no “tudo ou nada”. A Amazon passou a oferecer não apenas seus produtos, mas abriu sua plataforma para seus concorrentes. O grande dilema desse arriscado movimento era trazer outras empresas para “dentro de casa”, fazendo com que elas ganhassem força, visibilidade e aumentassem seu faturamento.

Mas, mesmo que isso tenha acontecido, o benefício para a Amazon foi tanto que esse “efeito colateral” passou a ser insignificante diante dos ganhos. As empresas continuavam a lidar com custos de estoque, inventário, manuseio e despacho, e a plataforma aumentou sua gama de produtos exponencialmente, além de reinvestir parte da receita para aumentar o tráfego de consumidores em seu ambiente.

O futuro do varejo não era sobre possuir estoque, mas sobre relação com os clientes e aproveitar e potencializar para ampliar o leque de produtos. Poucos enxergaram que a Amazon continuaria com o controle de todo o fluxo, desde pagamento e rating dos bons e maus vendedores, e que, principalmente, poderiam explorar outras fontes de receita, como ganhar um percentual sobre cada nova venda de seus concorrentes.

Além disso, houve mais dois pontos cruciais nessa transformação: Bezos dedicou muita energia ao aumento de performance, corte de custos e renegociação de todos os contratos de logística. Alguns críticos chegaram a dizer que isso destruiria a qualidade, mas ele seguiu focado na experiência com o cliente e na eficiência operacional. No final de 2001, a empresa já tinha revertido os resultados com seu primeiro lucro líquido de US$ 5 milhões.

Influência da Amazon no varejo online

Isso provou para o mundo que estar próximo dos concorrentes é mais valioso do que tentar abafá-los. O modelo de longtail para aumento de portfólio fez com que a Amazon passasse a ser até mais utilizada do que o Google para busca de produtos, pela grande variedade de itens e avaliação de rating dos mesmos. Investir na melhor experiência de compra e de pós-venda com trocas e satisfação também foram pontos-chave.

No ano de 2023, as vendas provenientes dos concorrentes representaram 40% e transformaram seu fundador, Jeff Bezos, no 3º homem mais rico do mundo, com uma fortuna avaliada em US$ 225 bilhões pela Forbes.

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